1974
O Vasco ganha na Justiça Desportiva o direito de fazer a final com o Cruzeiro, disputada em uma só partida, no seu estádio, por conta da invasão de um torcedor no Mineirão, na fase classificatória. No Maracanã, os cariocas venceram. Sobram boatos de que o mando de campo foi comprado, pois a diretoria do Cruzeiro mal reclamou da decisão.
1982
O Palmeiras é rebaixado. Em vez de disputar a segundona em 83, é inventada a Taça de Prata, cujo campeão somava-se aos classificados para a fase final da Séria A no mesmo ano. O Palmeiras vence o torneio e, assim, volta ao grupo de elite sem jogar a segundona.
1983
Mesma coisa do ano anterior, agora beneficiando Corinthians e Atlético-PR.
1986
O Brasil de Pelotas-RS foi 3° colocado do Brasileirão de 1985. Porém, inexplicavelmente, eles foram rebaixados diretamente para a Terceira Divisão. Deve ter sido castigo dado pelos corruptos do esporte na época por ter ganhado do Flamengo nos dois anos anteriores...
1987
O Botafogo deveria disputar a Segunda Divisão, porém com a criação da Copa União, ficou no grupo de elite, o Módulo Verde. Em compensação, o América-RJ, 3° no campeonato anterior e com um time histórico, disputou o Módulo Amarelo (na prática, a Segundona)
1989
O Vasco da Gama havia ganho o direito de disputar jogos decisivos no mesmo horário dos rivais. O Coritiba quis o mesmo na segunda fase, antes de um jogo contra o Santos, que a CBF (então comandada por um velho decrépito chamado Octávio Pinto e com os nefastos Nabi Abi Chedid e Eurico Miranda de vices-presidentes eleitos) tinha marcado em horários diferentes.
Absurdamente, a CBF negou o direito do Coxa, que não foi a campo. Resultado: Rebaixamento para o time paranaense.
1992
Foi tentado uma virada de mesa para não rebaixar Grêmio e Vitória, mas evidentemente Internacional e Bahia rechaçaram a ideia que beneficiaria os rivais, após no Clube dos 13. Para não correr riscos com o Grêmio, rebaixado para a Série B de 1991, é definido o ascenso de 12 times, ao invés de dois como eram nos anos anteriores. O Imortal terminou em 9º lugar.
1993
Com 32 times, um grupo de elite é formado nos grupos A e B. Os menores ficam nos grupos C e D. A divisão é por critérios políticos, já que times que foram bem na Série B de 92 (Vitória e Paraná), terminam nos grupos C e D assim como a Portuguesa, que foi bem na Série A de 1992. Já o Grêmio, 9º colocado da Série B em 1992, vai direto para o grupo de elite... Ah, e não havia rebaixamento nos grupos A e B. Uma vergonha, muito pior do que o ocorrido de 1992.
1996
Fluminense é rebaixado em campo, mas os clubes e a CBF entram em um ''consenso'' decidem recolocar o tricolor das Laranjeiras na Série A em 1997 por conta da tradição.
1999
O Botafogo leva 6 a 1 do São Paulo mas ganha os pontos da partida, por um erro do STJD botafoguense comandado pelo ridículo Luiz Zveiter que adotou uma análise bizarra de seus próprios regulamentos. Sandro Hiroshi atuou com inscrição irregular: tinha registro em federações de dois Estados brasileiros. Os pontos salvam o Botafogo (e não o Internacional, que escaparia de qualquer maneira se não houvessem resultados invertidos) e resultam no rebaixamento do Gama. Mais detalhes aqui.
2000
O Gama, rebaixado em função dos pontos conquistados pelo Botafogo nos tribunais desportivos, entra na Justiça Comum e ganha liminar. O Clube dos 13 organiza Copa João Havelange, com o Gama. Aproveitando o embalo, sobem o Fluminense, o Juventude e o Bahia, que tecnicamente deveriam disputar a Série B 2000. Assim como no ano anterior, clique aqui para saber mais detalhes sobre o episódio.
2005
Em 2005, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho assume estar envolvido em esquema de manipulação de jogos. Ele tinha apitado 11 jogos, mas só três estavam envolvidos no esquema.
Porém, inexplicavelmente e contra todas as recomendações e contra declarações dele mesmo, o presidente do STJD Luiz Zveiter anula todos os 11 jogos na manhã de domingo, 1° de outubro. Ao invés de líder, o Internacional acorda em terceiro lugar, atrás do Corinthians e do Goiás.
A decisão é claramente favorável ao Corinthians, que tinha perdido dois dos jogos anulados e que seriam remarcados. E iria contra o próprio código da Justiça Desportiva.
O curioso ocorreu no jogo Juventude x Fluminense. Edílson tinha sido pago para beneficiar o Flu, mas o Juventude venceu. Porém como todos os 11 jogos foram anulados, o Flu teve a chance de jogar de novo e acabou ganhando a partida em Caxias do Sul. Ou seja, a remarcação acabou dando exatamente o resultado exigido pelos corruptores.
O impacto é imediato no ânimo dos torcedores: no mesmo dia, um confronto generalizado ocorre em Internacional 2x2 Fluminense, e no jogo remarcado Santos x Corinthians o time da capital goleia com vários santistas sendo expulsos e o estádio interditado. O Corinthians chega a estar 11 pontos na frente do Inter, que recupera terreno até a "decisão", antepenúltima rodada no Pacaembu, dia 20 de novembro.
Neste jogo, depois de sair perdendo para o Timão com 1 gol de Carlos Tévez, o Inter empata com Rafael Sobis. No finalzinho da partida, Tinga sofre pênalti claro de Fábio Costa mas o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marca e ainda expulsa Tinga, acusado de simular a infração. O jogo termina 1x1 e o Corinthians é campeão por três pontos. Caso os resultados originais tivessem sido mantidos, o Internacional seria campeão com um ponto de vantagem.
Depois disto, o presidente do STJD é afastado do cargo em decisão do Conselho Nacional de Justiça. O último capítulo desta história aconteceu no final do ano passado, quando o ex-presidente corinthiano Alberto Dualib afirmou, em escutas telefônicas, que o Corinthians foi campeão em 2005 por causa de um jogo roubado.
Um dos capítulos mais negros da história do futebol brasileiro. E um sentimento de revolta que marca até hoje os colorados, que secam o Corinthians tão ou mais que o eterno rival Grêmio.
A ausência de alguns clubes grandes nesse levantamento não sugere que os mesmos estão ''limpos'', pois as viradas de mesa são apenas um entre os vários tipos de escândalos que ocorreram na história do nosso futebol. Ainda temos escândalos de arbitragem (combinação de resultados e compra de juízes), malas pretas, suborno, e os clubes aqui não mencionados certamente estão envolvidos em alguns desses episódios, infelizmente.
Fonte: Pesquisas online e em jornais antigos / Alexandre Perin (clickrbs)
Abs,
Rafael Barros